A 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, realizada em São Paulo, reuniu 632 delegados e delegadas de sindicatos bancários de todo o país. Parte significativa da delegação do Rio Grande do Sul participou remotamente, utilizando uma plataforma digital para videoconferências e votações.
Durante o evento, foram aprovadas as reivindicações que serão apresentadas aos bancos para iniciar as negociações da Campanha Nacional dos Bancários. As demandas incluem um aumento real de 5%, uma maior participação nos lucros e resultados (PLR), a ampliação de direitos, o fim do assédio moral e dos métodos de cobrança de metas que prejudicam a saúde dos trabalhadores, além da defesa dos empregos frente aos avanços tecnológicos no setor bancário. Essas são apenas três dos nove eixos principais da pauta.
“Os debates sintetizaram as propostas trazidas desde nossas bases pela Consulta Nacional e conferências regionais e estaduais. Faremos uma campanha que dialoga com os anseios da categoria, garantindo direitos e novas conquistas, além de abordar questões sociais mais amplas, como a redução da desigualdade social e econômica”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, destacou a importância dos debates realizados.
Reginaldo Breda, secretário-geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, destacou a importância do processo democrático. “Estamos determinados a garantir avanços concretos para a categoria. A união de todos os bancários é fundamental para pressionarmos os bancos a atenderem nossas reivindicações. Precisamos de um sistema financeiro que valorize seus trabalhadores e contribua para o desenvolvimento social e econômico do país”, disse.
Ana Stela Alves Lima, vice-presidente da Feeb SP/MS, destacou a importância de reconhecer a grandeza e a responsabilidade da categoria. “Este congresso tem uma força da qual devemos nos orgulhar. Organizar uma categoria tão grande em um país imenso como o Brasil é uma façanha. Somos uma categoria extremamente organizada, e este congresso demonstra isso. Somos referência para todos os outros trabalhadores do Brasil; o acordo dos bancários é uma referência. Nossa organização serve de modelo, e isso nos traz uma responsabilidade que vai além da categoria bancária. Precisamos nos alinhar com as centrais sindicais e outros sindicatos de categorias, pois assumimos um papel importante na sociedade. Temos uma responsabilidade sobre tudo isso devido ao nosso tamanho e àquilo que representamos”, destacou a representante.
A minuta das reivindicações será submetida à aprovação em assembleias que ocorrerão no dia 13 de junho por sindicatos de todo o país, exceto nas bases que já aprovaram a minuta durante a conferência nacional. Após a aprovação, o documento será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), marcando o início das negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2024.
União e Organização
A Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul participou ativamente da construção das pautas de reivindicações e dos debates realizados durante a Conferência Nacional por meio da ampla participação dos Sindicatos dos Bancários de bases regionais filiadas à entidade, além de seus convidados.
David Zaia, presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS) e representante da corrente política Unidade, falou sobre a importância da história de construção das campanhas nacionais ao longo dos anos, que garantiu diversas conquistas. “Nós temos o maior índice de sindicalização em nível de Brasil e, talvez, até mundial, graças ao trabalho das entidades sindicais,” ressaltou. “Temos uma história de luta pela democracia e em defesa de nossa categoria. Podemos ter divergências, mas a unidade é fundamental para termos sucesso nestes enfrentamentos. É normal que surjam dificuldades para a nossa organização neste momento. Mas vamos dar conta de responder aos desafios mais uma vez com a mobilização dos bancários e renovando a Convenção Coletiva de Trabalho, realizando uma grande campanha nacional,” completou Zaia.
Nove Eixos da Pauta de Reivindicações:
1. *Aumento real de 5% (inflação + 5%), PLR maior e ampliação de direitos;*
2. *Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas;*
3. *Representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro;*
4. *Defesa dos empregos frente aos avanços tecnológicos no trabalho bancário;*
5. *Redução da taxa de juros para estimular o crescimento econômico e a geração de emprego e renda;*
6. *Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR;*
7. *Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva;*
8. *Ampliação da sindicalização;*
9. *Fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a classe trabalhadora na defesa de seus direitos e da democracia: eleger candidatos comprometidos com esta pauta.*
Este evento marca um passo significativo na luta dos trabalhadores do ramo financeiro, evidenciando a organização e determinação da categoria em buscar melhorias e garantir um futuro mais justo e igualitário.
Feeb SP/MS, com informações Contraf CUT
Fotos: Contraf CUT